08/11/2010

 

Síntese da Aula e das Teorias Abordadas/Síntese Reflexiva:

 

“Não existe uma Psicologia existem Psicologias”

(Frase proferida pelo Professor Alexandre Salomão no decorrer desta aula)

 

A Teoria da Personalidade diz-nos que o ambiente potencializa o que é genético, as interacções do indivíduo e suas consequências no mesmo, sustentam-se em dois factores basais: de ordem ambiental e genética. O meio (a nível macro), assim como, os pequenos meios (a nível micro) desempenham um papel preponderante. Esta dualidade remete-nos para culturas e subculturas, ambas vertentes são espelhadas no indivíduo, derivado das suas interacções. Não é possível quantificar o que influencia mais, se o meio ou os factores genéticos.

O Behaviorismo baseia-se num pressuposto chave: um determinado estímulo pressupõe um comportamento. Existe um condicionamento (feedback). Posto isto, um comportamento mantém-se somente se existirem ganhos com este (reforço positivo).

A Psicologia do Desenvolvimento de Jean Piaget, defende que as estruturas se encontram formadas até determinada idade. Os esquemas são a estruturação que o indivíduo faz da realidade, estando estas dependentes do seguinte trinómio: assimilação, aquisição ou acomodação. Num determinado estádio (estádios mencionados por Jean Piaget) as aquisições são delimitadas por aquele estádio e suas ramificações, não é possível efectuar aquisições de um outro. Cada estádio é delimitativo, assim como, as aquisições possíveis limitadas. O indivíduo estrutura-se de dentro para fora.

Por outro lado Vygotsky enfatiza o contexto sócio-histórico e a presença de mediadores (mediação simbólica: interna e externa). A apropriação é um processo mediado e internalizada pelo indivíduo. Esta ocorre de fora para dentro. Ao contrário da perspectiva de Jean Piaget, o indivíduo não patenteia uma estrutura pré-estabelecida. Existe individualidade e singularidade de processos, mesmo tendo em consideração mediadores semelhantes. A mediação não é um processo exclusivo, existem outros elementos agregadores neste. Não existe uma receita mediada, ou seja, percepções diferentes, mediadores diferentes pressupõem formas de apropriação também distintas. O processo cultural estabelecido permitir conhecer mais pormenorizadamente a empírica, isto é, o contexto sócio-histórico espelhado. As práticas sociais advêm do mesmo (mediadores imediatos). Torna-se premente e possível compreender qual é o mesmo, que provoca determinado empirismo social. Permite-nos repensar toda a envolvência inerente.

  O Behaviorismo, no que ao contexto educacional, diz respeito, apresenta-se como uma perspectiva algo redutora, das interacções, subjacentes às vivências do indivíduo e sua relação com o meio. Aborda a construção do indivíduo como algo condicionado a um reforça, ou seja, existe um estímulo que pressupõe um comportamento. Se o reforço é negativo, observa-se a retirada de algo que é sujeito à aversão do sujeito, se por outro lado este é positivo, o comportamento perpetua-se, pois o indivíduo apresenta ganhos com este.

Esta forma de observar e encarar determinados fenómenos (Teoria), preconiza uma visão mecânica de todas as incidências que envolvem as vivências do indivíduo, este não adopta condutas que se imiscuem com a lógica, reflexão e auto-percepção. A plasticidade implícita ao ser humano é associada a algo prescrito, a uma fórmula que não se coaduna com a aleatoriedade e pluralidade de significâncias, característica da vida humana. A + B = C é uma fórmula que, tendo em conta a conjuntura educacional, não é viável, pois o A, o B e o C estão em constante dinâmica e não se podem dissociar, esta soma não é passível de ser resolvida, pois o Ser Humano é singular na sua pluralidade, ou seja, não é algo dedutível, é um ser de extrema complexidade. O Behaviorismo, de facto, não considera o Homem na sua especificidade de “humano”.

Noutra nota, a Psicologia Social apresenta-se como mais abrangente e de carácter eminentemente holístico. Assenta como uma luva à sociedade contemporânea, pois o sujeito e o meio são indistinguíveis. O Homem é produto e processo, interpela-se a sua especificidade, a sua particularidade: a maneira como cada indivíduo se apropria é única. Nós, somos actores com uma quota-parte de responsabilidade num grande processo: este chama-se Sociedade. O papel do professor é este mesmo, ou seja, encarar e ser capaz de perceber a importância da actuação docente, no sentido de mudar o paradigma vigente e construir sociedade, assim como, promover o espírito crítico, a reflexão, veicular valores e princípios de excelência.

Perpetuar não é solução, é a continuação do problema. Mudar com consciência é essencial. Estes pressupostos tornam-se basais, tendo em conta uma sociedade, onde só interessa o palpável, o visível, e o que se tem.

O papel do docente é o de formar, num sentido como vimos anteriormente, completamente abrangente, complexo e também, não esquecendo a parcelo dilemática inerente a esta conjuntura.