04/11/2010
Síntese da Aula e das Teorias Abordadas/Síntese Reflexiva:
“Entender o estudo dos desportos não como uma panaceia mimetizante de toda a realidade social, individual, afectiva, familiar, profissional, lúdica, de todos os sujeitos, mas como um meio que oferece importantes campos analíticos teóricos e práticos que colaboram no entendimento das diversas relações ocorridas em sociedade”
(Salomão, A., 2010, em entrevista concedida, plasmada na integra neste dossiê)
O Behaviorismo, no que ao contexto educacional, diz respeito, apresenta-se como uma perspectiva algo redutora, das interacções, subjacentes às vivências do indivíduo e sua relação com o meio. Aborda a construção do indivíduo como algo condicionado a um reforça, ou seja, existe um estímulo que pressupõe um comportamento. Se o reforço é negativo, observa-se a retirada de algo que é sujeito à aversão do sujeito, se por outro lado este é positivo, o comportamento perpetua-se, pois o indivíduo apresenta ganhos com este.
Esta forma de observar e encarar determinados fenómenos (Teoria), preconiza uma visão mecânica de todas as incidências que envolvem as vivências do indivíduo, este não adopta condutas que se imiscuem com a lógica, reflexão e auto-percepção. A plasticidade implícita ao ser humano é associada a algo prescrito, a uma fórmula que não se coaduna com a aleatoriedade e pluralidade de significâncias, característica da vida humana. A + B = C é uma fórmula que, tendo em conta a conjuntura educacional, não é viável, pois o A, o B e o C estão em constante dinâmica e não se podem dissociar, esta soma não é passível de ser resolvida, pois o Ser Humano é singular na sua pluralidade, ou seja, não é algo dedutível, é um ser de extrema complexidade. O Behaviorismo, de facto, não considera o Homem na sua especificidade de “humano”.
Noutra nota, a Psicologia Social apresenta-se como mais abrangente e de carácter eminentemente holístico. Assenta como uma luva à sociedade contemporânea, pois o sujeito e o meio são indistinguíveis. O Homem é produto e processo, interpela-se a sua especificidade, a sua particularidade: a maneira como cada indivíduo se apropria é única. Nós, somos actores com uma quota-parte de responsabilidade num grande processo: este chama-se Sociedade. O papel do professor é este mesmo, ou seja, encarar e ser capaz de perceber a importância da actuação docente, no sentido de mudar o paradigma vigente e construir sociedade, assim como, promover o espírito crítico, a reflexão, veicular valores e princípios de excelência.
Perpetuar não é solução, é a continuação do problema. Mudar com consciência é essencial. Estes pressupostos tornam-se basais, tendo em conta uma sociedade, onde só interessa o palpável, o visível, e o que se tem.
O papel do docente é o de formar, num sentido como vimos anteriormente, completamente abrangente, complexo e também, não esquecendo a parcelo dilemática inerente a esta conjuntura.